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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Ofereça desafios, e não ameaças


Momentos de crise como o que vivemos são uma excelente oportunidade para que as empresas reflitam sobre seus modelos de liderança e seus diferenciais.

Na minha visão de quem trabalha com recursos humanos há três décadas, a maior vantagem que uma companhia pode ter em relação aos seus concorrentes não está nos programas de redução de custos, aumento da produtividade e eficiência, reformulações de produtos ou serviços e grandes ações de marketing. Essas medidas são fundamentais para a sobrevivência do negócio, mas nada disso faz sentido se as pessoas não enxergarem um significado no seu trabalho. Processos são gerenciados por pessoas, e são elas que fazem a diferença.
Esse significado vai além da recompensa financeira, do atendimento às necessidades básicas do ser humano ou mesmo do mero cumprimento mecânico de uma atividade para a qual apresentamos uma habilidade incomum. O que todos buscamos, no fundo, é a realização individual.
Faz sentido falar em realização individual no momento em que milhares de pessoas perdem seus empregos e outras milhões se sentem pressionadas a suportar até onde for possível em nome de suas famílias ou de outros compromissos? Não tenha a menor dúvida que sim.
Uma organização diferenciada precisa de pessoas realizadas. E como fazer com que um grupo se sinta positivamente motivado neste momento? Propondo desafios, em vez de ameaças.
Claro que também se pode fazer uma equipe ou uma multidão agir por puro medo de punições. O resultado pode ser satisfatório, mas nunca excepcional. Quando uma pessoa é movida por uma causa e se identifica com uma ideia, ela se supera para alcançar seu objetivo. E pode ter certeza que o clima formado por pessoas que se alimentam dessa causa é muito diferente. Mesmo na crise. 
Gosto de relembrar que é nessas duas palavras - causa e medo -  que reside a diferença entre um líder e um tirano. Enquanto a liderança inspira as pessoas a confiarem em si e a buscarem soluções para que todos ganhem, a tirania angaria adeptos e resultados com base no pânico pelo que os mais fracos podem perder.
Não é difícil identificar verdadeiros líderes dentro das organizações: basta olhar se existe respeito e transparência nas relações dos principais executivos com seus funcionários, clientes, fornecedores e com a comunidade. Mais do que entregar resultados e preparar a empresa para superar dificuldades, um executivo deve ser fonte de inspiração para as pessoas que vão ajudá-lo nas tarefas difíceis e na missão de atravessar uma crise.
Se o chefe obcecado em ser a maior estrela do seu universo empresarial ofusca quem está em volta, o líder diferenciado ajuda as pessoas a encontrarem o seu próprio brilho, e todas elas vão lhe fornecer luz. Não é difícil imaginar quem é o diferenciado nessa história.

Fonte:Vicky Bloch para a Revista Você RH
Imagem: youtube.com

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